Bienal de Veneza debate como arquitetura pode responder à crise do clima

  • 12/07/2025
(Foto: Reprodução)
Pela primeira vez, mais de 750 pessoas, de diferentes áreas de conhecimento, participam da mostra. Bienal de Veneza, na Itália, debate como arquitetura pode responder à crise do clima Na Itália, a Bienal de Veneza debate como a arquitetura pode responder à crise do clima. Com a água baixa, que dificulta a navegação pelos canais menores, Veneza discute mais uma vez formas de construção e espaços. Bienal de Veneza busca soluções para a crise climática por meio da arquitetura. Reprodução/Jornal Nacional Ela, que se sustenta sobre palafitas feitas de madeiras de mais de mil anos — que nunca apodreceram — sediou a primeira Bienal oficial de Arquitetura, em 1980. De lá pra cá, muita coisa mudou. A arquitetura sempre representou uma resposta ao clima. Com esse pensamento, Veneza, uma das cidades mais sensíveis do mundo às mudanças climáticas, acolhe esta Bienal, que olha para o futuro refletindo sobre o passado remoto. E mostra como a arquitetura pode — e deve — se adaptar às emergências ambientais e sociais do mundo de hoje. Uma adaptação que exige grandes mudanças. Por isso, a exposição se tornou um laboratório dinâmico. Pela primeira vez, mais de 750 pessoas, de diferentes áreas de conhecimento, participaram da mostra. Arquitetos e engenheiros, cientistas do clima, matemáticos, filósofos, artistas, com ideias para as transformações de um mundo em chamas, afirmou o curador Carlo Ratti. Três tipos de inteligência são evocados: a natural, a inteligência artificial e a coletiva. Nos jardins, o Pavilhão do Brasil é um bom exemplo de inteligência natural, onde a ancestralidade amazônica criou a grande floresta — pelo menos em parte. Pesquisas recentes mostraram que a selva amazônica contém uma grande quantidade de plantas domesticadas pelos povos indígenas há pelo menos 12 mil anos, indicando que a Amazônia não é apenas uma floresta virgem, mas sim um jardim cuidadosamente plantado e cultivado. No chão, os mapas amazônicos mostram a impressionante ocupação da floresta no passado. Uma instalação leve, quase suspensa, revela projetos de criação coletiva. Implantados em várias regiões do Brasil contemporâneo, são estratégias arquitetônicas de contextos locais — mas importantes para os desafios globais. No arsenal, reflexões sobre as metrópoles. Mostra de aparelhos de ar-condicionado, sobre o aquecimento do planeta, onde as temperaturas estão aumentando e as populações diminuindo. A inteligência artificial está em robôs que repetem os nossos gestos e respondem às nossas perguntas. — Você fala português? — Sim, falo. Como posso ajudar? Na instalação brasileira da Fundação Humanitas, a proposta são tijolos e paredes feitos de cânhamo — a cannabis sativa usada há mais de 10 mil anos. Os tijolos podem ajudar a diminuir as emissões de CO₂ provocadas pela produção do cimento, além de representar um poderoso isolamento térmico. O cânhamo industrial, com uma dosagem menor de THC do que a presente na maconha, já existe na indústria têxtil e de papel em vários países. No porto, era usado nas cordas e velas das embarcações da Idade Média, quando Veneza era conhecida como República Marítima. A conselheira da Fundação Humanitas, Fabiane Ferreira Lopez, diz que a intenção é mostrar ao Brasil e ao mundo as potencialidades do cânhamo, também econômicas. "Em geral, a gente pensa sempre o futuro do planeta Terra, da humanidade, de modo muito trágico. E eu acho que essa Bienal traz uma outra perspectiva, de que existem já tecnologias para que a gente mude esse futuro, mas também tecnologias ancestrais", afirma a historiadora.

FONTE: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2025/07/12/bienal-de-veneza-debate-como-arquitetura-pode-responder-a-crise-do-clima.ghtml


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