Café é um dos produtos que têm pressionado os índices de inflação
04/02/2025
O preço começou a subir no final de 2023, quando países como Vietnã e Indonésia produziram menos. Em 2024, a safra do Brasil também foi bem menor devido à seca e às altas temperaturas. Preço em alta do café pressiona índices de inflação
Um dos produtos que têm pressionado os índices de inflação é o café.
Diante da prateleira do café no supermercado, o olhar é de espanto.
"Assusta. Misericórdia, muito caro”, diz a cozinheira Aparecida Oliveira.
"Está um absurdo”, afirma o assessor parlamentar José Vieira.
A alta no varejo nos últimos três meses chega a 50%, segundo o Sindicato dos Corretores de Café. Pode ser o pacote de 250 g ou de 500 g. Está tudo mais caro.
O preço começou a subir no final de 2023, quando outros países como Vietnã e Indonésia produziram menos. Em 2024, a safra do Brasil também foi bem menor devido à seca e às altas temperaturas. Aí o preço no campo disparou. A saca do café conilon - de 60 kg - está a R$ 2 mil. Em 2023, ficava em torno de R$ 630. Em janeiro, a saca do arábica subiu 6,8% - passou de R$ 2,3 mil, o maior valor em 28 anos.
Em 2024, a safra do Brasil foi menor devido à seca e às altas temperaturas
Reprodução/TV Globo
Café a quase R$ 50: entenda por que preço deve continuar subindo em 2025
Diminuiu a oferta devido a fatores climáticos, mas o consumo de café cresce no Brasil e em outros países também. E uma quantidade maior de café está saindo pelos nossos portos. As exportações bateram recorde.
“Ano passado, nós terminamos 2024 com número acima de 50 milhões de sacas de café entre café solúvel, torrado e café verde. Ou seja, a agressividade brasileira na exportação, aliada a toda demanda que existia, nós embarcamos safras e estoques. Então, nós estamos entrando em 2025 com cenário muito desafiador. As projeções de safra para 2025 não são boas”, afirma Marcus Magalhães, presidente do Sindicato dos Corretores de Café.
Café é um dos produtos que têm pressionado os índices de inflação
Reprodução/TV Globo
O preço pode continuar amargo. Mesmo assim é difícil achar quem fique sem o cafezinho.
"Pegar o mais barato, mais em conta”, diz uma consumidora.
"A gente dá um jeitinho. Imprensa de um lado de outro. Não pode ficar sem o café, é ânimo da gente”, diz a dona de casa Sindeide Sarje.
Consumo de café cresce no Brasil e em outros países
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