'Calculadora de depressão': pesquisadores gaúchos criam ferramenta online que calcula risco para doenças psiquiátricas; confira

  • 02/11/2025
(Foto: Reprodução)
Brasil tem o maior número de afastamentos do trabalho por ansiedade e depressão em 10 anos Pesquisadores de universidades do Rio Grande do Sul, em parceria com instituições de São Paulo, desenvolveram uma ferramenta online gratuita capaz de calcular o risco para doenças psiquiátricas. Batizada de Calculadora Transdiagnóstica SMFQ, a "calculadora de depressão" precisa que sejam respondidas 13 perguntas – como "eu me senti muito triste ou infeliz?", "eu não consegui me divertir com absolutamente nada?" e "eu estive muito agitado?" – sobre como quem está usando a ferramenta se sentiu nas últimas duas semanas. Há três opções de resposta: "não é verdade", "às vezes" e "verdade". "A ferramenta tem potencial para democratizar o acesso a métodos diagnósticos de alta complexidade, sobretudo em países de baixa e média renda como o Brasil, onde a detecção de transtornos mentais ainda é limitada", explica o professor Maurício Hoffmann, pesquisador do Departamento de Neuropsiquiatria da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Use a "calculadora de depressão" Após responder, basta clicar em "calcular". O sistema calcula uma pontuação estatística (escore-T) pessoal em relação à média populacional com a prevalência de diagnósticos psiquiátricos. ⁉️ Por exemplo: Se a prevalência para um determinado diagnóstico é de 24%, resultados acima desse acendem um alerta (e são indicados em vermelho no gráfico gerado). A orientação é sempre procurar um profissional da área da saúde. Esses dados aparecem na aba "probabilidade diagnóstica", que se refere à chances de ter: Qualquer condição psiquiátrica Qualquer condição internalizante Depressão Ansiedade generalizada Ansiedade social Pânico/agorafobia Estresse pós-traumático 📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp A calculadora também estima a probabilidade da presença de transtornos psiquiátricos. O escore-T é usado para para medir o "nível de sintomas", que é o nome da segunda aba que fica disponível e se refere a: Qualquer condição e Transtorno de Ansiedade Social (TAS) Qualquer condição internalizante e Transtorno Depressivo Maior (TDM) Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) Transtorno do Pânico ou Agorafobia e Transtorno do Estresse Pós-Traumático (TEPT) O resultado vai indicar desde a ausência ou nível muito baixo de sintomas até presença e ou nível muito alto de sintomas. "A ferramenta otimiza o trabalho clínico, economizando tempo e recursos, e permitindo que os profissionais personalizem o cuidado de acordo com a probabilidade estatística de cada diagnóstico", conta o professor Hoffmann. ‘Calculadora de depressão’: pesquisadores gaúchos criam ferramenta online que calcula risco de diagnósticos psiquiátricos Divulgação Metodologia Em agosto, o Journal of Psychiatric Research publicou o estudo que deu origem à calculadora, que foi criada a partir do Questionário Breve de Humor e Sentimentos (Short Mood and Feelings Questionnaire, com sigla SMFQ) por pesquisadores do Centro de Pesquisa e Inovação em Saúde Mental (CISM). A ideia foi da aluna de iniciação científica Gabriele dos Santos Jobim, que cursa medicina na UFSM e é orientada pelo Maurício Hoffmann. Ela utiliza a Teoria de Resposta ao Item, a mesma usada no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem): uma abordagem estatística avançada que atribui pesos diferentes a cada pergunta, de acordo com sua dificuldade e poder de discriminação. Isso permite gerar um escore fatorial mais preciso, refletindo nuances emocionais que poderiam passar despercebidas em avaliações convencionais. Os pesquisadores também definiram pontos de corte flexíveis, o que significa que a probabilidade de diagnóstico aumenta gradualmente conforme o escore sobe — em vez de depender de um limite fixo. Assim, a análise é mais sensível e personalizada, reduzindo o risco de falsos negativos. Participam quatro universidades brasileiras – Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Gabriele dos Santos Jobim e Maurício Hoffmann apresentando a calculada em um evento Arquivo pessoal Diagnóstico clínico continua sendo necessário Identificar precocemente sinais de depressão, ansiedade e outros transtornos pode ser mais fácil com o auxílio da tecnologia, mas, mesmo com esse apoio, o diagnóstico de depressão continua sendo clínico, baseado na escuta e no histórico do paciente. A calculadora pode servir como um instrumento complementar, mas o olhar humano, empático e treinado, permanece fundamental. Os sintomas da depressão são amplos e variam conforme a gravidade e as condições associadas. Entre os mais comuns, estão tristeza prolongada, apatia, culpa, isolamento, insônia, fadiga e perda de interesse por atividades antes prazerosas. Também podem ocorrer alterações de apetite, dores físicas sem causa aparente e pensamentos de desesperança ou morte. Reconhecer esses sinais é o primeiro passo para buscar ajuda. Psiquiatras, psicólogos, médicos de família e clínicos gerais podem realizar a avaliação inicial e orientar o tratamento adequado. VÍDEOS: Tudo sobre o RS

FONTE: https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2025/11/02/calculadora-de-depressao-pesquisadores-gauchos-criam-ferramenta-online-que-calcula-risco-para-doencas-psiquiatricas-confira.ghtml


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