Número de pessoas do Amapá morando em outros estados dobra em 12 anos, aponta IBGE
28/06/2025
(Foto: Reprodução) Dados apontam que 74,2 mil amapaenses viviam em outros estados em 2022. Estados do Pará e Santa Catarina aparecem como os dois principais destinos. Números foram divulgados nesta sexta-feira (27). Aeroporto Internacional de Macapá, no Amapá
MP-AP/Divulgação
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que, em 2010, o número de pessoas naturais do Amapá morando em outros estados era de 36,2 mil (7,3%), enquanto em 2022, o número saltou para 74,2 mil (11,9%). A análise reflete que a emigração no estado dobrou nos últimos 12 anos, o salto neste período foi de 105,1%. (veja números detalhados mais abaixo)
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Quando analisada a emigração por estado, Pará e Santa Catarina aparecem como os principais destinos desses amapaenses:
Pará - 12.848 (36,7%)
Santa Catarina - 6.267 (17,9%)
Paraná - 3.309 (9,4%)
Maranhão - 1.695 (4,8%)
Goiás - 1.447 (4,1%)
Acompanhe o comparativo entre o Censo 2010 e 2022:
Censo 2010
Não naturais do Amapá residentes no Amapá: 207.161
Naturais do Amapá morando em outra UF: 36.175
Saldo migratório: 170.986
Censo 2022
Não naturais do Amapá residentes no Amapá: 185.132
Naturais do Amapá morando em outra estado: 74.190
Saldo migratório: 110.942
A amapaense Cintia Nazário é uma das pessoas que mudou para Santa Catarina. A jovem de 34 anos destaca que resolveu mudar de estado após enfrentar dificuldades para conseguir um emprego em Macapá.
“Em 2016, eu consegui uma vaga de freelancer numa loja onde minha irmã trabalhava. Ela precisava de uma pessoa para ajudá-la entre novembro e dezembro para colocar a mercadoria na área de venda. Então ela tinha esses dois meses ali para colocar peças novas, colocar preço. Então, foi a única época em que consegui o emprego. Desde daí, eu sempre colocava currículo, mas não conseguia nada. E antes de ir embora, teve um e fui chamada para entrevista justamente, alguns dias antes de sair do estado”, relembrou.
Após um pouco mais de 8 anos morando na cidade de Joinville, Cintia classifica a mudança de estado como “a melhor decisão”.
“Em 8 anos eu consegui me estabilizar na minha casa, tenho meu emprego e foi a melhor decisão que eu fiz”.
Da direita para a esquerda está Cintia, sua filha, e um casal de amigos que conheceu em SC
Cintia Názario/Arquivo Pessoal
Outros números:
A comparação entre os dois censos destaca que a taxa de migração para o Amapá reduziu: em 2010, o grupo de pessoas não naturais do Amapá morando no estado somava 207,2 mil pessoas, já em 2022 foi de 185,1.
O Amapá apresentou a terceira menor taxa líquida de migração em 2022, o que corresponde a -2,4%. Ficando atrás do Distrito Federal -3,6% e do Acre -2,9%.
O Censo investiga a migração numa data fixa cinco anos antes da data de referência do Censo. Foi perguntado sobre o lugar de residência em 31 de julho de 2017.
Número de imigrantes cresce 45% em 12 anos
Na contramão dos números acima, aparecem os imigrantes. Entre 2010 e 2022, houve crescimento no Amapá dos residentes naturais de países estrangeiros. Esse número passou de 979 para 1420 pessoas, um aumento de 45% neste período.
Entre os estrangeiros e naturalizados residindo no Amapá em 2022, 686 imigraram até 2012, 237 entre 2013 e 2017 e outros 496 entre 2018 e 2022.
De 2010 e 2022, a Guiana Francesa se manteve como a principal origem de imigrantes no estado, mesmo apresentando redução de 536 para 511 pessoas.
Além disso, houve um aumento da imigração venezuelana, que saltou de 8 para 123 pessoas. O país é a segunda principal origem de imigrantes no estado, seguida pela Bolívia (85) e Colômbia (84).
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