Pesquisadora brasileira ganha prêmio considerado 'Nobel da Agricultura'

  • 24/05/2025
(Foto: Reprodução)
Durante 34 anos, a engenheira agrônoma Mariângela Hungria pesquisa formas de substituir fertilizantes químicos por alternativas sustentáveis. Pesquisadora brasileira ganha 'Nobel da Agricultura'. Reprodução/Jornal Nacional O trabalho inovador de uma pesquisadora brasileira ganhou o prêmio considerado o Nobel da Agricultura. Há 34 anos, a engenheira agrônoma Mariângela Hungria pesquisa formas de substituir fertilizantes químicos por alternativas sustentáveis. Um dos estudos identificou e selecionou bactérias que facilitam a fixação do nitrogênio nas lavouras de soja. Este nutriente é indispensável para que as plantas cresçam e se desenvolvam. A pesquisa, feita na Embrapa Soja, em Londrina, no Paraná, deu origem a um produto chamado inoculante, que é misturado à semente na hora do plantio. Ele diminui o impacto ambiental, e também é mais barato. Mariângela recebeu o prêmio da instituição americana World Food Prize, também conhecido como o Nobel da Agricultura. "Não tenho dúvidas de afirmar que, se não fosse a fixação biológica de nitrogênio na soja, hoje não seríamos os maiores produtores e exportadores de soja do mundo, porque seria inviável economicamente", comenta Mariângela Hungria, pesquisadora da Embrapa Soja, vencedora do "Nobel da Agricultura". Hoje, 85% das áreas com cultivo de soja no país adotam a inoculação. Só no ano passado, esse método proporcionou, segundo a Embrapa, uma economia estimada de R$ 140 bilhões. Uma das fazendas aplica os resultados da pesquisa há pelo menos 20 anos. Com a tecnologia, os proprietários conseguiram reduzir os custos da lavoura de soja, a principal atividade agrícola por lá. "Os resultados que eles dão são fantásticos e a gente acompanha", comenta Cláudio D’Agostini, produtor rural. "Se a gente fosse trabalhar com adubo nitrogenado, em relação ao inoculante, eu diria que a gente teria um custo 10 vezes maior", complementa Cláudia D’Agostini, também produtora rural. A mesma tecnologia, mas com bactérias diferentes, pode ser usada em outras culturas como milho, trigo e feijão. É uma produção mais eficiente e limpa. Os benefícios do inoculante vão muito além das vantagens financeiras: o produto leva sustentabilidade às plantações. "Todo ano, a gente deixa de emitir mais de 200 milhões de toneladas de CO₂ equivalente para a atmosfera por usar a fixação biológica do nitrogênio e não usar adubo nitrogenado feito à base de petróleo", explica Alexandre Nepomuceno, chefe-geral da Embrapa Soja. "Você vai produzir igual ou mais do que com os químicos e, além disso, vai melhorar a saúde do seu solo, ter alimentos mais nutritivos e estar contribuindo para o planeta — para a gente não emitir tantos gases de efeito estufa", analisa Mariângela. LEIA TAMBÉM Fertilizante em vidro é testado para ser solução sustentável à agricultura no interior de SP Você sabe a diferença entre fertilizantes e agrotóxicos?

FONTE: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2025/05/24/pesquisadora-brasileira-ganha-premio-considerado-nobel-da-agricultura.ghtml


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