Professora guarda há quase 50 anos carta escrita por Ana Maria Gonçalves, primeira mulher negra na Academia Brasileira de Letras

  • 07/11/2025
(Foto: Reprodução)
Ana Maria Gonçalves toma posse na Academia Brasileira de Letras Uma folha amarelada pelo tempo, dobrada com cuidado e guardada como um tesouro há quase 50 anos. Foi assim que a professora aposentada Elizabeth Fernandes, de Ibiá, no Alto Paranaíba, manteve viva a lembrança da aluna que se tornaria uma das escritoras mais importantes do país: Ana Maria Gonçalves. A autora mineira será a primeira mulher negra a ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras (ABL) em 128 anos. A posse ocorre na noite desta sexta-feira (7), no Rio de Janeiro (RJ). ✅ Clique aqui e siga o perfil do g1 Triângulo no WhatsApp Carta escrita por Ana Maria Maria Gonçalves para a primeira professora, tia Beth Elizabeth Fernandes/Arquivo Pessoal Na carta, escrita na infância — em 1976, quando Ana Maria tinha 6 anos —, a autora já demonstrava o afeto e a sensibilidade que marcariam sua vida e obra: “Tia Beth, eu sinto o seu amor no meu coração. Tia Beth, eu não estou mentindo, não. Se você está bem pode contar comigo. Tia Beth querida bonita amor eu te respeito, eu te amo, eu te adoro. Um abraço, um beijo, Tia Beth. Eu te amo para sempre, Tia Beth. Eu não vou aguentar ficar longe de você.” A antiga professora, carinhosamente chamada de Tia Beth, se emociona ao reler a mensagem. “Ana Maria era uma criança muito ativa, muito inteligente e muito dócil. Ela não só era amiga da tia Beth, mas de todos da sala. Era um encanto de criança, muito apegada a todos, estudiosa, com os cadernos impecáveis. A letra era linda demais", relembrou. LEIA TAMBÉM: Ana Maria Gonçalves, a 1ª mulher negra na ABL - O Assunto #1590 Dia Nacional do Livro: conheça autores que ajudam a contar as histórias do Centro-Oeste de Minas Posse na ABL A escritora Ana Maria Gonçalves toma posse nesta sexta-feira (7), às 20h, na cadeira 33 da ABL, sucedendo o linguista Evanildo Bechara. Ela é a primeira mulher negra da história a ocupar uma cadeira na Academia, a 13ª mulher eleita e, aos 54 anos, a mais jovem entre os atuais imortais. A cerimônia será realizada no Petit Trianon, sede da ABL no Rio de Janeiro, e transmitida ao vivo pela internet. Ana Maria será recebida pela acadêmica Lilia Schwarcz, receberá o colar das mãos de Ana Maria Machado e o diploma entregue por Gilberto Gil. Após a posse, um jantar com cardápio africano será oferecido a cerca de 300 convidados. A celebração continua na Casa Savana, onde amigos da autora organizaram uma festa com música e surpresas. Quem é Ana Maria Gonçalves A escritora Ana Maria Gonçalves é a primeira mulher negra a se tornar imortal na Academia Brasileira de Letras (ABL) Tânia Rêgo/Agência Brasil Nascida em Ibiá, em 13 de novembro de 1970, Ana Maria Gonçalves trabalhou 15 anos com publicidade antes de se dedicar integralmente à literatura. É autora de “Ao lado e à margem do que sentes por mim” e do premiado “Um defeito de cor”, vencedor do Casa de Las Américas (2007) e considerado uma das obras mais importantes para compreender o Brasil. O livro, de 952 páginas, narra a trajetória de Kehinde, mulher negra escravizada na Bahia, inspirada em Luiza Mahin, mãe do abolicionista Luiz Gama. Em 2024, “Um defeito de cor” foi enredo da Portela no Carnaval do Rio. Professora de escrita criativa, roteirista e dramaturga, Ana Maria também atuou como escritora residente em universidades norte-americanas, como Tulane, Stanford e Middlebury. VÍDEOS: veja tudo sobre o Triângulo, Alto Paranaíba e Noroeste de Minas

FONTE: https://g1.globo.com/mg/triangulo-mineiro/noticia/2025/11/07/professora-guarda-ha-quase-50-anos-carta-escrita-por-ana-maria-goncalves-primeira-mulher-negra-na-academia-brasileira-de-letras.ghtml


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